domingo, 2 de março de 2008

Sociedade em rede III

Para se perceber a sociedade em rede e sobretudo como se desenvolve em Portugal, salientam-se alguns aspectos: actualmente estamos todos, indiferenciadamente, condicionados pelos mecanismos que regem as redes globais e locais, que constituem em si a sociedade em rede. Estas organizam o essencial da riqueza, o conhecimento, o poder, a comunicação e a tecnologia que existe no mundo. (Castells, 2005, 10).

Ainda segundo o autor, mais do que um juízo de valor, as suas consequências dependem do que as pessoas fazem, através dos instrumentos que essa sociedade oferece (2005, 11).

Portugal encontra-se dividido entre iniciativas de um modernismo comparável a nível europeu e estruturas arcaicas que não abandonou, pelo que se propõe a leitura do estudo comparativo entre os anos de 2003 e 2007, de onde se destacam apenas alguns aspectos:

Portugal afirma-se assim uma sociedade em rede mais de matriz familiar, ou seja, baseada no acesso através do agregado familiar, do que uma sociedade em rede de matriz organizacional, assente no acesso através de pertença a uma organização. (Cardoso, Espanha & Gomes, 2007, p.12)

O primeiro contacto é em casa, mas é salutar que o segundo valor de 29,3% seja na Universidade ou na Escola (o que no grupo de estudantes representa 53,8%).

A escola é o local onde acedem maioritariamente os estudantes (77,5%) e não os professores ou outros funcionários, revelando tal facto, porventura, estruturas físicas e organizacionais que não promovem esse uso entre os profissionais. (Cardoso et al., 2007, p.14).

São os estudantes quem manifesta uma maior capacidade de utilização da Internet, dado que classificam como sendo boa (38,2%) ou mesmo excelente (13,7%), o que é seguido pelo grupo dos activos.

Os resultados de 2006, por seu lado, evidenciam também uma clara valorização das três principais actividades citadas anteriormente, embora com valores menores, mais especificamente: a transmissão ou recepção de mensagens de correio electrónico (70,7%); a navegação sem objectivos concretos (53,9%), a qual manifesta um decréscimo em relação a 2003, o que permite argumentar a favor de uma maior especialização da informação procurada; e a consulta de sites de bibliotecas, enciclopédias, dicionários e atlas (41,2%). (Cardoso et al., 2007 p.21)

Referências:

Castells, M. (2005). A sociedade em rede. In A sociedade em rede em Portugal. Porto: Campo das Letras.

Cardoso, G., Espanha, R. & Gomes, M. (2007). A internet em Portugal (2003-2007). Consultado em 1 de Março, 2008, de Obercom Website, em http://www.obercom.pt/client/?newsId=462&fileName=relatorio_internet_novo.pdf

Sem comentários: